Prefeitura de Alagoinhas realiza ações pelo Dia Nacional da Visibilidade Trans
Dentro das ações pelo Dia Nacional da Visibilidade Trans, que será celebrado nesta quarta-feira, 29 de janeiro, a Prefeitura de Alagoinhas está promovendo uma série de encontros nos Centros de Referência de Assistência Social (CRAS) do município. Realizados por meio da Secretaria Municipal de Desenvolvimento Social (Sedes), os eventos abordam temas como acolhimento, preconceito e legislação. As primeiras rodas de conversa aconteceram nesta terça-feira, 28, nos distritos de Boa União e Riacho da Guia, e no bairro Nova Brasília.
"O preconceito está em todos os lugares, sentimos na pele. No Brasil e no mundo, estamos sendo mortos por sermos quem somos. O Dia Nacional da Visibilidade Trans é 29 de janeiro, mas esse é um trabalho que precisa ser feito o ano inteiro, com acolhimento, combatendo o preconceito e levando os casos de violação de direitos da população LGBTQIAPN+ à justiça. Acredito que é importante reverberarmos esse trabalho para a cidade inteira”, enfatiza Aías Daiam, psicólogo e especialista em sexologia, convidado para palestrar no encontro de Boa União.
Para a assistente social do CRAS Boa União, Luciana Monteiro, ainda é baixo o diagnóstico da presença do público LGBTQIAPN+ na região. Porém, o trabalho desenvolvido no CRAS é contínuo. “É importante que coloquemos esse tema no cotidiano das pessoas daqui. Normalmente, fazemos encontros discutindo assuntos mais gerais, mas quando se trata de um assunto específico, uma data específica, nós trazemos especialistas sobre os temas, para que as pessoas conheçam mais profundamente do que vamos tratar”, afirma.
A ação parece ter alcançado seu objetivo. Segundo Raulina Ribeiro dos Santos, participante do evento, a iniciativa trouxe esclarecimentos importantes sobre a temática da transexualidade. “Não sou contra, não tenho preconceito, e achei bem importantes essas falas porque muita coisa a gente não sabe ainda, e aqui aprendemos mais um pouquinho. Espero que venham mais e mais encontros como o de hoje”, pontua.
Iniciando as Atividades do Ano Letivo
Segundo a coordenadora do CRAS Boa União, Arlene Ferreira Paz Melo, a atividade pelo Dia da Visibilidade Trans inaugurou o calendário de encontros de 2025. “A distância territorial daqui acaba sendo um fator que dificulta uma maior procura pelas ações do CRAS do Distrito de Boa União, mas começamos hoje e vamos de casa em casa chamar a população para nossas próximas atividades. Demos o primeiro passo do ano e queremos fortalecer esse elo com a população. O CRAS é um instrumento social, de portas abertas a todos, e nossa preocupação é atender as famílias. O prefeito Gustavo Carmo já sinalizou que a busca deve ser ativa, escutando os anseios das famílias e chegando a todos da localidade”, explica Arlene.
Nos próximos dias, outras localidades também receberão atividades em celebração ao Dia Nacional da Visibilidade Trans. *Confira a programação:*
*30/01*
• CRAS Praça do CEU / 9h
*31/01*
• CRAS Mangalô / 13h30
*Dia Nacional da Visibilidade Trans*
O Dia da Visibilidade Trans começou a ser celebrado no Brasil em 29 de janeiro de 2004. A data marcou um importante momento de luta pelos direitos da população trans e travesti no país. Tudo começou com a criação da campanha “Travesti e Respeito”, organizada pelo Ministério da Saúde, tendo lideranças e ativistas trans conduzindo os trabalhos que deram origem à data.
Temas como retificação de nome e gênero em documentos, acesso ao SUS com saúde integral, políticas públicas de proteção, combate ao preconceito e valorização das contribuições artísticas da população trans estiveram no centro das discussões desde o início.
No entanto, apesar de alguns avanços, a realidade ainda é alarmante no Brasil. Segundo os dados do dossiê da Associação Nacional de Travestis e Transexuais (Antra), em 2024, foram registrados 122 assassinatos de pessoas trans e travestis. Entre as vítimas, 117 eram mulheres travestis e mulheres trans, e cinco eram homens trans e pessoas transmasculinas.
Ainda de acordo com a Antra, o Brasil ocupa hoje o posto de país mais violento para pessoas trans e travestis no mundo.
Fonte e fotos Secom prefeitura de Alagoinhas
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