Brasil não cede à Argentina e mantém gênero e taxação de super-ricos em texto do G20
Por Ricardo Della Coletta e Patrícia Campos Mello | Folhapress
O Brasil manteve na declaração do G20 o apoio à igualdade de gênero e taxação de bilionários, apesar das pressões da Argentina.
Segundo uma cópia do documento obtida pela Folha, o G20 vai apoiar, em sua declaração, "nosso comprometimento total com igualdade de gênero e o empoderamento de todas as mulheres e meninas". Na versão, consta a observação [ARG;reserve], indicando a oposição da Argentina.
Em linguagem diplomática, quando se usam colchetes, significa que algum país ainda está em consultas sobre o tema, ou seja, ainda não há consenso.
Um dos trechos a que o governo de Javier Milei se opôs condenava todas as formas de discriminação contra mulheres e meninas e reafirmava o "compromisso de acabar com a violência de gênero, incluindo a violência sexual, e de combater a misoginia online e offline". A Argentina também não quis apoiar o trecho que defendia "igualdade de gênero no trabalho".
Na semana passada, a Argentina foi o único país a votar contra uma resolução da ONU não vinculante que condenava a violência contra mulheres. Irã, Coreia do Norte e Rússia se abstiveram.
No parágrafo sobre taxação dos chamados super-ricos, a declaração se compromete a se engajar de forma produtiva para garantir que que indivíduos com patrimônio ultra elevado [ultra high net worth] sejam tributados de forma efetiva. A menção à taxação está em colchetes, com referência à Argentina [ARG:ultra-high-net-worth].
Fonte Bahia Noticias
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