Bolsa Família ajudou a reduzir em 41% os casos de AIDS, revela estudo
Um estudo liderado por pesquisadores do Instituto de Saúde Coletiva da UFBA revelou que o Programa Bolsa Família foi responsável por reduzir em 41% os casos de incidência de AIDS entre os mais pobres no Brasil. Os dados também demonstram que o programa de distribuição de renda ajudou a reduzir em 39% os índices de mortalidade e em 25% as taxas de letalidade da doença entre os anos de 2007 e 2015.
Os resultados da pesquisa foram publicados no dia 12 de fevereiro pela revista Nature Communications, periódico científico de referência internacional. De acordo com o estudo, os impactos do Programa Bolsa Família foram particularmente mais significativos entre os indivíduos que viviam em situação de extrema pobreza no país.
"Nessa parcela da população, a queda na incidência de AIDS chegou a 55% e a redução na mortalidade relacionada à doença alcançou 54%. Já a taxa de letalidade registrou uma diminuição de 37%”, destaca Andréa Silva, pesquisadora do Instituto de Saúde Coletiva da UFBA.
Ainda segundo a pesquisa, o impacto do Bolsa Família foi mais forte entre mulheres e adolescentes, demonstrando o potencial dos programas de transferência condicional de renda na redução das desigualdades em saúde com base não apenas na posição socioeconômica, mas também no sexo e na idade.
Os principais fatores atribuídos aos efeitos positivos do Programa Bolsa Família incluem maior acesso ao sistema de saúde, diagnóstico do HIV, prevenção da progressão da AIDS e tratamento da AIDS (que também reduz a transmissão do HIV na comunidade), bem como melhor adesão ao tratamento devido à redução barreiras económicas e geográficas e melhoria do estado nutricional e psicológico.
Pesquisa
Para obter os resultados, a equipe de pesquisadores analisou informações de 22,7 milhões de brasileiros, com 13 anos ou mais, e de ambos os sexos. Os dados foram coletados através da Coorte de 100 milhões de Brasileiros, uma plataforma mantida pelo Cidacs/Fiocruz, que se baseia nas informações do Cadastro Único de Programas Sociais do Brasil (CadÚnico), e representa a metade mais pobre da população brasileira.
Também foram utilizados dois conjuntos de dados do Ministério da Saúde: o Sistema de Informação de Agravos de Notificação (SINAN), que monitora a incidência de doenças de notificação obrigatória, e o Sistema de Informação sobre Mortalidade (SIM), que registra mortes por todas as causas, incluindo o HIV/AIDS.
O estudo foi desenvolvido pelo DSAIDS (Determinantes Sociais do HIV/AIDS), projeto liderado por pesquisadores do Instituto de Saúde Coletiva da UFBA, em parceria com o Centro de Integração de Dados e Conhecimentos para Saúde (Cidacs/Fiocruz) e a Universidade da Califórnia, em Los Angeles (UCLA), nos Estados Unidos.
Por Betonews fonte: A Tarde
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