Ex-dono do Banco Santos, Edemar Cid Ferreira morre aos 80 anos
O ex-banqueiro Edemar Cid Ferreira, fundador do Banco Santos, que teve sua falência decretada em 2005, morreu neste sábado (13), aos 80 anos. O economista, que já foi um dos empresários mais ricos do Brasil e era conhecido pela sua extensa coleção de arte (que superavam os R$ 150 milhões), chegou a ser preso duas vezes e, nos últimos anos, vivia em um apartamento alugado depois de ter sido despejado de sua famosa mansão no Morumbi.
Duas fonte próximas a Edemar contaram ao Estadão que a provável causa da morte do ex-banqueiro foi um infarto, ocorrido na tarde deste sábado. Edemar Cid Ferreira esteve nas manchetes do noticiário brasileiro nas últimas duas décadas depois de o Banco Santos ter sido liquidado. Ele foi acusado de crimes financeiros, lavagem de dinheiro e associação criminosa. Conforme mostrou o Estadão em maio de 2023, o empresário vivia nos últimos anos em um apartamento alugado, de cerca de 300 metros quadrados, na capital paulista.
Na época, o ex-banqueiro relatou levar uma vida espartana, não ter mais nenhum bem físico em seu nome e viver às custas da ajuda dos três filhos. Ele se mudou para o apartamento após ter sido despejado de antiga mansão com vista para o Jóquei Clube, no Morumbi, em 2011. Desde 2020, o imóvel pertence ao empresário Janguiê Diniz, fundador do grupo Ser Educacional, após ter sido arrematada em um leilão por R$ 27,5 milhões. Em maio de 2023, foi divulgado que o proprietário do imóvel contratou um escritório de arquitetura para estudar a viabilidade da construção de um empreendimento de casas de luxo.
FALÊNCIA
Em 2004, o Banco Central decretou intervenção financeira do Banco Santos e afastou Edemar Cid Ferreira do controle da instituição. O rombo de R$ 2,1 bilhões no caixa da instituição fez a autoridade monetária decretar na sequência a liquidação do Banco Santos, então 21º maior banco do País. Também foram encontrados indícios no banco de crime contra o sistema financeiro.
A falência do Banco Santos foi decretada em 2005, junto do bloqueio dos bens de Cid Ferreira e outros ex-diretores da instituição. O ex-controlador do banco foi preso em duas ocasiões. Na mais longa, em 2006, ficou três meses detido no presídio de segurança máxima de Tremembé, no interior de São Paulo.
Em 2015, a Justiça Federal anulou a fase de interrogatórios, e a sentença contra Edemar pela gestão fraudulenta no Banco Santos também foi anulada. Os desembargadores do caso decidiram que a fase de interrogatórios deveria ser refeita. No mesmo ano, a Justiça de São Paulo determinou que sua mansão fosse leiloada por valor mínimo de R$ 116,5 milhões – ela, porém, foi arrematada apenas em 2020 por uma fração da cifra: R$ 27,5 milhões.
Por Betonews fonte: Bahia notícias
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