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MAURO CID: Ex-ajudante de ordens decidiu fazer confissão após ver família envolvida nas investigações

Foto: Roberto Oliveira/Alesp; Bruno Spada/Câmara dos Deputados
Após decidir que vai admitir a venda de joias a mando do presidente Jair Bolsonaro (PL), o ex-ajudante de ordens Mauro Cid afirmou a interlocutores que "agora, é a hora de proteger a minha família".

Ver a família sendo alvo de investigações da Polícia Federal (PF) foi determinante para que Cid tomasse a decisão de confessar que vendeu as joias recebidas como presentes ao governo brasileiro e admitir que entregou o dinheiro a Bolsonaro.

O pai de Cid, Mauro Cesar Lorena Cid, foi alvo de um mandado de busca e apreensão no dia 11 de agosto, durante uma operação da Polícia Federal.

Lorena Cid é general do Exército e foi colega de Bolsonaro na Academia Militar das Agulhas Negras (Aman), nos anos 1970. Segundo as investigações, ele é suspeito de negociar as joias e outros bens nos Estados Unidos.

Ainda de acordo com a PF, o militar recebeu o dinheiro da venda das joias e relógios em uma conta que tinha nos Estados Unidos.



Cid filho vai falar
Na noite desta quinta-feira (17), o advogado de Mauro Cid, Cezar Bittencourt, afirmou que o ex-ajudante de ordens vai dizer que entregou dinheiro a Bolsonaro após vender nos Estados Unidos joias que foram dadas como presentes ao governo brasileiro.

A informação foi revelada pela "Veja" e confirmada pela TV Globo. Preso desde maio, Cid era um dos principais homens de confiança de Bolsonaro ao longo do mandato na Presidência.

De acordo com o Tribunal de Contas da União, os presentes recebidos deveriam ser incorporados ao acervo da União, e não vendidos como itens pessoais.

Bittencourt assumiu a defesa de Cid na terça-feira (15). Ele é o terceiro advogado do caso desde que Cid foi preso. Bittencourt, em entrevista à GloboNews nesta semana, já havia dito que Cid apenas cumpria ordens.



As joias
Investigações da Polícia Federal mostram que joias e presentes entregues a Jair Bolsonaro no exercício do mandato de presidente começaram a ser negociados nos Estados Unidos em junho de 2022.

Naquele mês, a equipe de Mauro Cid solicitou ao Gabinete de Documentação Histórica a lista dos relógios recebidos de presente pela Presidência até aquele ponto do mandato do então presidente.

No dia 2 de junho de 2022, outro ajudante de ordens recebeu a lista de 37 itens com os dados dos fabricantes de cada um, como solicitado por Cid.

Quatro dias depois, Cid retirou do acervo um kit de joias — composto por um relógio da marca Rolex de ouro branco, um anel, abotoaduras e um rosário islâmico — entregue a Bolsonaro em uma viagem oficial à Arábia Saudita em outubro de 2019.




'Hora de proteger minha família', diz Mauro Cid após decidir que vai admitir venda de joias a mando de Bolsonaro
Ex-ajudante de ordens decidiu fazer confissão após ver família envolvida nas investigações. Pai de Cid foi alvo de mandado de busca e apreensão em 11 de agosto.
18/08/2023 01h42  Atualizado há uma hora




Após decidir que vai admitir a venda de joias a mando do presidente Jair Bolsonaro (PL), o ex-ajudante de ordens Mauro Cid afirmou a interlocutores que "agora, é a hora de proteger a minha família".

Ver a família sendo alvo de investigações da Polícia Federal (PF) foi determinante para que Cid tomasse a decisão de confessar que vendeu as joias recebidas como presentes ao governo brasileiro e admitir que entregou o dinheiro a Bolsonaro.

O pai de Cid, Mauro Cesar Lorena Cid, foi alvo de um mandado de busca e apreensão no dia 11 de agosto, durante uma operação da Polícia Federal.

Lorena Cid é general do Exército e foi colega de Bolsonaro na Academia Militar das Agulhas Negras (Aman), nos anos 1970. Segundo as investigações, ele é suspeito de negociar as joias e outros bens nos Estados Unidos.

Ainda de acordo com a PF, o militar recebeu o dinheiro da venda das joias e relógios em uma conta que tinha nos Estados Unidos.





Na noite desta quinta-feira (17), o advogado de Mauro Cid, Cezar Bittencourt, afirmou que o ex-ajudante de ordens vai dizer que entregou dinheiro a Bolsonaro após vender nos Estados Unidos joias que foram dadas como presentes ao governo brasileiro.

A informação foi revelada pela "Veja" e confirmada pela TV Globo. Preso desde maio, Cid era um dos principais homens de confiança de Bolsonaro ao longo do mandato na Presidência.

De acordo com o Tribunal de Contas da União, os presentes recebidos deveriam ser incorporados ao acervo da União, e não vendidos como itens pessoais.

Bittencourt assumiu a defesa de Cid na terça-feira (15). Ele é o terceiro advogado do caso desde que Cid foi preso. Bittencourt, em entrevista à GloboNews nesta semana, já havia dito que Cid apenas cumpria ordens.





As joias
Investigações da Polícia Federal mostram que joias e presentes entregues a Jair Bolsonaro no exercício do mandato de presidente começaram a ser negociados nos Estados Unidos em junho de 2022.

Naquele mês, a equipe de Mauro Cid solicitou ao Gabinete de Documentação Histórica a lista dos relógios recebidos de presente pela Presidência até aquele ponto do mandato do então presidente.

No dia 2 de junho de 2022, outro ajudante de ordens recebeu a lista de 37 itens com os dados dos fabricantes de cada um, como solicitado por Cid.

Quatro dias depois, Cid retirou do acervo um kit de joias — composto por um relógio da marca Rolex de ouro branco, um anel, abotoaduras e um rosário islâmico — entregue a Bolsonaro em uma viagem oficial à Arábia Saudita em outubro de 2019.


No dia 8 de junho de 2022, Bolsonaro e Cid viajaram aos Estados Unidos para participar da Cúpula das Américas, em Los Angeles. Segundo a Polícia Federal, Mauro Cid levou, no voo oficial da FAB, o kit de joias.

Os investigadores afirmaram que ele não voltou para o Brasil com a comitiva e que levou as joias para a casa do pai, Mauro Cesar Lourena Cid — que ocupava, desde 2019, um cargo no escritório da Agência Brasileira de Promoção de Exportações e Investimentos (Apex), em Miami.

No dia 13 de junho de 2022, Mauro Cid viajou para o estado norte-americano da Pensilvânia para vender o relógio Rolex de ouro branco e outro relógio da marca Patek Philippe.

A PF localizou, a partir da análise de dados armazenados na nuvem do celular de Mauro Cid, um comprovante de depósito da loja no valor de US$ 68 mil nessa mesma data. Esse valor corresponde a R$ 332 mil.

Um relatório do Coaf, enviado à CPI dos Atos Golpistas e obtido pelo g1, apontou transações financeiras consideradas atípicas nas contas de Lourena Cid. O relatório destaca que, de fevereiro de 2022 a maio de 2023, ele movimentou quase R$ 4 milhões — entre valores recebidos e enviados.



Por Betonews fonte: G1
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