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Casa onde criança de 2 anos foi morta é encontrada em estado insalubre; entenda o caso

📷 Arquivo Pessoal 
A mãe e o padrasto da menina, Stephanie de Jesus Da Silva e Christian Campoçano Leitheim, foram presos em flagrante pelo crime de homicídio qualificado por motivo fútil. No sábado (28), o juiz Carlos Alberto Garcete, da 1ª Vara do Tribunal do Júri de Campo Grande, converteu, durante audiência de custódia, a prisão dos suspeitos de temporária em preventiva.


Na casa onde a criança morava, bitucas, caixas de cigarro e garrafas de bebidas alcoólicas foram encontradas espalhadas na varanda da casa. O local passou por perícia técnica, que tenta descobrir mais detalhes do crime.


Segundo a avó da vítima, uma professora de 48 anos, a criança estava passando mal e vomitando desde a manhã de quinta-feira (26), dia em que morreu.

No dia, Sophia estava sendo cuidada pela mãe, Stephanie, de 24 anos. Apesar de a menina apresentar melhora no início da tarde, por volta das 17h voltou a piorar. Ela foi levada pela própria mãe à UPA, mas chegou no local já sem vida. Segundo informações da polícia, a criança já estava morta havia cerca de quatro horas quando deu entrada na unidade.

Ainda segundo a avó, a neta tinha hematomas nas costas, na boca, teve sangramento pelo nariz e apresentava abdômen inchado, indicando uma possível hemorragia interna. A mãe e o padrasto foram presos em flagrante no mesmo dia.
A polícia, durante as investigações, ainda identificou que a menina foi atendida na rede pública de saúde mais de 30 vezes. Em uma das idas, a vítima estava com uma fratura na tíbia, mas o caso não foi avisado à polícia.

"Quando a criança chega lá com sinais de violência, é obrigação deles encaminhar à polícia se houver qualquer suspeita de que alguma coisa”, afirmou a delegada Anne Karine Trevizan, titular da Delegacia Especializada de Proteção à Criança e ao Adolescente (DEPCA).

Em resposta ao número de atendimentos a Secretaria Municipal de Saúde (Sesau) afirmou que os funcionários não identificaram sinais de agressão.

As agressões em Sophia foram denunciadas por duas vezes: uma em março e outra em novembro. Durante as investigações, foi constatado que a menina era vítima do padrasto. Os casos foram enviados ao Judiciário.

"O poder investigativo é da polícia, a gente não consegue fazer investigação, vamos na residência, fazemos visita. A denúncia é que a criança não tinha alimentação e estava com hematomas, mas não foi isso constatado pela técnica, que chegou e viu a criança bem, sem hematomas, com alimentação, não tem como tirar a criança de lá", declarou a delegada.

Ainda de acordo com o Conselho Tutelar, o caso foi registrado em maio na delegacia, mas as testemunhas sequer foram chamadas para prestar depoimento.

Pedido de guarda

Igor de Andrade, companheiro do pai da menina, relatou ao g1 que eles tentaram conseguir a guarda da criança, mas um dos impedimentos seria a homofobia por parte da mãe da vítima.

"Ela dizia que não deixaria a filha com dois homens", contou, relatando ainda que as visitas à menina só foram possíveis depois que o pai da criança entrou na Justiça. Ainda assim, segundo Igor, o pai só via a filha do jeito que a mãe determinava.

Dois boletins de ocorrência chegaram a ser registrados por maus-tratos, devido ao estado em que a menina chegava à casa do pai. Em uma das ocasiões, a criança chegou com a perna quebrada, e o pai foi informado que ela tinha caído e se machucado.

Ainda conforme Igor, uma audiência sobre os casos foi marcada, mas a mãe não compareceu.


Por Betonews fonte: Bnews 
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