Força, foco e fé. Esse foi o slogan que Bruno Covas usou na reeleição para prefeito em novembro e não poderia haver algo mais apropriado para definir o prefeito de São Paulo, falecido nesta sexta-feira. Não era fruto de uma simples campanha publicitária. Era algo verdadeiro, uma fotografia da sua alma. Ele tinha, especialmente, muito foco nas coisas que fazia. Queria honrar a herança do seu avô, o ex-governador Mário Covas, seu exemplo de vida. Quando ele soube que estava com câncer, em 2019, o entrevistei logo em seguida para a ISTOÉ e ele mostrava que não iria se abater, apesar da gravidade da doença. Deixou claro que lutaria com todas as forças e muita fé para fazer um bom trabalho na prefeitura. Me contou que entrou para a política, aos 19 anos, exatamente com a missão de honrar o legado do avô. Disse que certa madrugada, quando retornava de uma festa, por volta das 4h da manhã, o avô, já governador de São Paulo, estava sentado no sofá da sala de estar, dizendo-se preocupado com os pobres lá fora, passando frio e fome. E foi, com esses ensinamentos, que o jovem Bruno cresceu e se tornou um político sensível às causas sociais. Um gestor sempre preocupado com os mais desprotegidos. E ele nunca se desviou desse caminho, fazendo uma administração voltada para os desvalidos, sempre com muita ética. Em quase 20 anos de vida pública, e três anos à frente da prefeitura, nunca foi acusado de uma única irregularidade. Quando se reelegeu prefeito, no final do ano passado, voltei a fazer uma live com ele aqui na ISTOÉ e ele voltou a reafirmar que a memória do avô era o alimento que lhe dava força e fé para continuar à frente da prefeitura. Mesmo fazendo quimioterapia, ele não se afastava do gabinete, onde chegou até a dormir quando contraiu Covid. Com apenas 41 anos, era um dos políticos mais promissores que conheci. E vai fazer muita falta ao Brasil. Afinal, ele era um dos expoentes da nova política e que muito tinha a contribuir para a construção de um novo Brasil.
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