Tudo o que se sabe sobre a greve de grupo da PM na Bahia
Tudo o que se sabe sobre a greve de grupo da PM na Bahia
Desde que um grupo de policiais militares da Bahia anuciou uma greve por tempo indeterminado circulam informações desencontradas nas redes sociais sobre ataques em Salvador e falta de policiais nas ruas. O CORREIO fez um resumo sobre o que se sabe até a manhã desta quarta-feira (9).
Quem decretou greve?
Um grupo de policiais militares da Bahia decretou greve por tempo indeterminado em assembleia nesta terça-feira (8). O movimento é liderado pela Associação dos Policiais e Bombeiros e de seus Familiares do Estado da Bahia (Aspra).
“A gente deu um prazo de cinco anos, período em que a gente está tentando conversar com o governador. Todas as entidades que são responsáveis por essa questão foram notificadas, receberam ofício com indicativo da possibilidade de paralisação, mas, infelizmente, não atendeu a esse pedido. Inclusive, foi dito que hoje era o dia D, o último dia em que ficaríamos esperando que o governo nos chamasse para negociar”, afirmou ontem o coordenador regional da Aspra, Augusto Araújo Júnior.
O que diz a SSP?
A Secretaria da Segurança Pública (SSP) diz que se trata de um "pequeno grupo" dentro da corporação, e informa que a situação é monitorada. A Polícia Militar divulgou nota afirmando que os PMs que não comparecerem para trabalhar responderão "conforme Legislação Militar".
O comandante-geral da PM, coronel Anselmo Brandão, afirmou que não existe greve e que os policiais seguem nas ruas, acusando o movimento de político. “Quem fez essa declaração de greve foi o deputado Prisco. Ele e 300 policiais, a maioria aposentados, estão causando esse terrorismo na cidade, mas eu garanto que a nossa tropa continuará trabalhando e que estamos atentos a todo e qualquer episódio", garante.
E a Aspra, um dia depois, diz o quê?
O coordenador regional Augusto Araújo Júnior falou hoje com o CORREIO e contestou a versão do comandante geral da PM. De acordo com ele, o posicionamento da entidade permanece o mesmo desde que o grupo decretou greve.
Na terça-feira (8) e quarta-feira (9), Salvador e Região Metropolitana tiveram 10 homicídios somando os dois dias – seis na terça, quatro na quarta. Destes, nove aconteceram após o grupo de PMs decretar a greve. A média de homicídios por dia na capital e RMS é de 3,9, de acordo com o especial Mil Vidas, levantamento feito com base nos boletins diários da SSP.
Houve ataques em Salvador?
Algumas ocorrências foram registradas em Salvador entre a noite dessa terça-feira (8) e a madrugada desta quarta-feira (9).
Uma agência do banco Bradesco, localizada na Avenida Barros Reis, amanheceu com as portas de vidro quebradas. A unidade teve a porta principal e duas laterais de vidros apedrejadas pelos bandidos.
Fotos Jornal Correiro da Bahia
Em Cosme de Farias, 31 pessoas tentaram levar produtos de um mercado e uma loja. Eles foram presos em flagrante por equipes da 58ª Companhia Independente da Polícia Militar (CIPM/Cosme de Farias) e das Rondas Especiais (Rondesp) Atlântico.
O CORREIO também recebeu denúncias de arrombamento e vandalismo nos bairros da Liberdade, Caminho de Areia e São Caetano.
Uma das situações mais graves foi registrada na Estrada das Barreiras, onde pelo menos 10 estabelecimentos foram arrombados e algumas lojas acabaram atingidas por tiros.
Fonte Correio da Bahia
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